Não foi possível carregar o Diqus. Se você é o moderador, por favor veja o nosso guia de problemas.
Acho que Cisne Negro não se aplica a este caso, esses eventos “improváveis” já veem sendo anunciados faz muito tempo. Quem não sabia desta crise?
* é impossível ter todas as informações
Muita informação equivale a nenhuma informação. Neste sentido, aqueles que pedem mais revelações como solução para o problema não entendem a informação. Se alguém compra um produto, necessita de uma informação simples e básica: qual é o risco. Essa é a questão.
* teorias/modelos baseados em dados empíricos são falhos, já que eventos que ainda não aconteceram não tem como ser levados em consideração
Certamente, acredito na necessidade de uma maior transparência. No entanto, desde o ponto de vista dos critérios reguladores, esses produtos eram transparentes em um sentido técnico. Mas eram tão complexos que ninguém os entendia. Mesmo que fossem tornadas públicas todas as cláusulas destes contratos, elas não trariam a nenhum mortal alguma informação útil sobre seu risco.
variações muito pequenas nos dados podem levar a um impacto enorme (Efeito Borboleta, sim ele acontece o tempo todo)
Os ativos hipotecários que provocaram o caos estão em mãos de bancos ou fundos soberanos da China, Japão, Europa e países do Golfo, isto está mais para efeito dominó do que borboleta.
Uma coisa que agora se entende, a conseqüência dessa crise, é a informação assimétrica da globalização. Na Europa, por exemplo, não se sabia muito bem que as hipotecas norte-americanas são hipotecas sem lastro: se o valor da casa baixa mais que o da hipoteca, pode-se devolver a chave ao banco e ir embora. Na Europa, a casa serve de garantia, mas o tomador do empréstimo segue endividado, aconteça o que aconteça. Este é um dos perigos da globalização: o conhecimento é local, sabe-se muito mais sobre sua própria sociedade do que sobre as outras.
Então continuo acreditando nas simulações matemáticas como ferramenta para tomada de decisão.
@Fabio não! não! A Teoria de Newton não chega nem *perto* de uma astrologia ou similares. Justamente a idéia foi demonstrar que a Física Clássica é falsificável, por isso mesmo ela tem muita validade, pois nos permitiu falsificá-la e adicionar Einstein e Quântica para corrigir os extremos. Sobre os modelos econômicos é justamente o problema da Inferência: as pessoas confundem o mapa (ambiente controlado, sem levar extremos em consideração) com o território real (cheio de irregularidades). A crise atual é um Cisne Negro porque se fizer os "cálculos" de risco pré-crise, verá que a crise sequer figura como possibilidade (deve estar acima de Sigma-6).
@Shairon: sim e não :-) Considerando que você tem consciência de que o que está consumindo é fantasia, então sem problema, passa a ser uma literatura como outra qualquer. Você não vê ninguém vendendo George Orwell como profeta e nem 1984 como relato histórico, claro. Porém, estou me referindo ao material que é conscientemente vendido e consumido como técnicas reais e verdadeiras de como se fazer as coisas. Material dogmático e que usa inclusive a ciência de maneira errada. Por exemplo, eu estive numa Livraria - grande - esses dias, onde na seção de "Ciências" estava o livro "What the Bleep do we know?" que é *sabidamente* um livro *absolutamente charlatão* que usa teorias reais de física quântica, como entanglement, de forma absurda e irreal para pintar um mundo ideal e romântico que só existe na literatura de ficção.
Na fazenda de Murphy tem muitos Cisnes Negros :)
Sobre medíocres e teorias não-científicas
As teorias não científicas tem o seu valor. Elas valem para preencher a lacuna da carência existencial, a realidade chega ao ponto que queremos sair dela e embarcar em um cruzeiro fantasioso, romântico, dando assim o aroma da perfeição para criacionistas; o mesmo motivo da criação do mito. O não científico tem o valor da sobreposição do que "é" para o que "eu gostaria que fosse". Todos somos carente, veja o valor do não-ciência ela alimenta a carência do cético em "provar" que tal teoria está errada(ou melhor não verificada). O medíocre é o carente, é a média, o ser fálico de Freud, a individualidade de Lebniz, a substância Spinosa,o normal. Jogamos pedras em Nietzsche porque ele diz "Deus está morto", Nietzsche quer nos dizer "mate o Deus que está dentro de você, para que seja possível pensar racionalmente, e não se acomodar com sua existência", vide outros pensamentos em Gaia Ciência. E falando de medíocres, bancos assistam http://video.google.com/vid... fatos não verificados, não ciência mas uma visão real.
Daqui uns dias vc vira colunista.
Acho que a crise econômica é um cisne negro dependendo do ponto de vista.
Muitos economistas sabiam que existia um buraco no sistema econômico, pra estes a crise não é um cisne negro; os governos tinham uma idéia dele mas acharam que isso ia ser resolvido por outros governos, estes sabiam da existência de um cisne negro, mas mesmo assim resolveram continuar ignorando os riscos; mas pra maior parte das pessoas, que não entendem nada de economia e que no máximo acompanham o indice bovespa, a crise é um cisne negro imenso!
Não acho que as formulações, ou simulações matemáticas feitas para modelar o sistema financeiro estejam equivocadas, são aproximações (como toda teoria) que possuem limites de validade, alguns limites nem são conhecidos, pois não conhecemos todas as variáveis do sistema. O modelo de black-scholes funciona muito bem em 'condições normais', acho que é um modelo excelente pra aprender como funciona o mercado de derivativos se este só dependesse das variáveis que levadas em conta.
A lição da crise é saber que os modelos matemáticos são aproximações que não levam em conta todas as variáveis como ganância das investidoras, por exemplo.
A teoria de Newton é válida nos limites de baixa velocidade, a de Einstein não vale nas escalas atômicas, do jeito que está escrito no teu post parece que a teoria de Newton é mesma coisa que astrologia.
" A crise no Ocidente é sobretudo uma crise do setor que produz alta tecnologia e bens de produção, o qual deixa à China margem para o seu desenvolvimento no referido setor, passando a ser uma grande potência tecnológica, financeira, industrial e comercial dentro de mais uns poucos anos. Nos anos 30, Franklin Roosevelt retirou os Estados Unidos do poço mediante grandes obras públicas keynesianas, concessões sociais importantes e a preparação da guerra mundial. A China poderia, só ou com a ajuda militar e técnica da Rússia, combater a contaminação, elevar os rendimentos, criar uma grande indústria pesada e um grande setor tecnológico de ponta.
O centro do capitalismo mundial deslocar-se-ia assim, num futuro não muito longinquo, para o Oriente e os Estados Unidos voltariam então a ser uma grande potência regional, aumentando sua pressão sobre um continente que ameaça escapar-lhe. "
http://port.pravda.ru/mundo...
Déjà vu?
Detalhe sobre isto tudo e a "crise".
Perceberam que o "efeito" dominante é ainda mais concentração...
Daqui a alguns anos você vai ter o que? tres ou quatro opções de banco.
Eu era um feliz cliente do Boavista, foi comprado por um gigante nacional.
Fugi pro Econômico, foi comprado pelo mesmo gigante nacional.
Fugi pro CitiBank, daí fui trabalhar numa grande empresa nacional, e adivinha, o tal gigante nacional é acionista e já sabem onde foi aberta a minha conta salário né.
Mas tudo bem, este "gigante nacional" nunca apresentou sinais de "crise".
Agora se me aparece um cisne negro na porta do Citi...
Pois é, mas notem que o tema "crise financeira" e "instituições financeiras" são apenas uma desculpa. Minha crítica é bem mais genérica aos charlatães em geral :-) Novamente, se for dogmático, se não tiver falseabilidade, é balela.
Pois é, essas "instituições financeiras" são um pé no saco. As vezes acho que se o google abrisse um banco não haveria crise. Nunca mais!
Sem dúvida, o tópico "Isso já aconteceu antes" já aconteceu antes...
Muito bom Akita. Parabéns! Obrigado.
Polêmico, mas para acrescentar ao debate ("Documentário" completo e legendado):
http://video.google.com/vid...
Resumindo: Defende que grandes instituições baseadas no sistema monetário e em religiões supersticiosas efetivamente controlam as grandes massas em prol da manutenção do "status quo" que as beneficia. As noções estáticas e fundamentalistas derivadas destas criam uma espécie de "materialismo intelectual" que impede o desenvolvimento humano por não permitir a abertura e renovação de idéias necessárias para tal. Sendo essas as raízes para os atuais problemas mundiais (sobretudo ambientais e sociais) e a crise, desacredita-se que as soluções possam vir de políticos e suas ideologias, pois sugere que as soluções são técnicas e estes se distanciam delas. Percebendo a realidade com base nas propriedades emergentes e interdependentes da natureza, propõe um novo sistema que, por meio de educação ampla e generalista, volta-se para uma disruptiva evolução tecnológica que visa o bem-estar humano e a sustentabilidade.
---
Doses de ingenuidade e utopia. Mas, droga, algumas coisas fazem sentido. Ainda estou refletindo sobre...